quinta-feira, 5 de julho de 2018

O EFEITO DO ÁLCOOL NA ANTISSEPSIA






O álcool para ter seu potencial melhor aproveitado na antissepsia precisa ter exatamente 30% de água e o álcool comum possui cerca de 2%. Isso acontece porque o álcool mata a bactéria destruindo a sua parede celular, (é uma camada que fica por fora da membrana), mas, para isso, ele precisa penetrá-la primeiro e, na sua forma pura (98%), ele não é capaz disso. Mas, o álcool à 70% é muito eficiente, como ele tem mais água, passa pela parede das bactérias e a rompe, liberando o protoplasto (bactéria sem a parede celular). Então ela morre, pois não pode mais suportar a pressão do ambiente.

Nesse sentido, o álcool à 70% possui dois compostos químicos solúveis em água, álcool etílico (etanol) e álcool isopropílico, que têm características germicidas em função de suas concentrações. O que favorece seu modo de ação e concentração, além de causar a desnaturação das proteínas do microrganismo por ser mais eficientemente na presença da água, pois esta facilita a entrada do álcool para dentro da bactéria e também retarda a volatilização do álcool, permitindo maior tempo de contato.

Nesta concentração, o etanol destrói bactérias vegetativas, porém esporos bacterianos podem ser resistentes, assim como Fungos e vírus envelopados, que tem por efeito do álcool á 70% um processo de quebra da parede celular. Isso acaba por impedir que estas possam realizar suas funções fundamentais e assim atacarem células humanas.

Isso ocorre por três motivos básicos: Em primeiro lugar, o álcool destrói a membrana celular externa por desidratação, afinal o álcool é higroscópico e hidrofílico. Em segundo lugar, as moléculas de álcool penetram no citoplasma e, como resultado, precipitam as proteínas devido à desnaturação. Em terceiro lugar, causa coagulação de enzimas responsáveis por atividades celulares essenciais.

Ao contrário do álcool 70%, quando se utiliza o álcool (etanol) 99,6% para desinfecção ocorre uma coagulação extremamente rápida, não havendo penetração no interior da célula e, portanto, não matando o micróbio. Esta atuação ineficaz ocorre devido à rápida volatilização do etanol nessa concentração.

Além disso, o grau de hidratação do álcool 70% é considerado um fator importante para a atividade antimicrobiana, pois de acordo com estudos essa atividade decresce acentuadamente entre 50 a 70%, de concentração, sendo a máxima a 70% de diluição.

Vale a pena lembrar que apesar dos muitos benefícios do álcool 70% na antissepsia em partes do corpo para evitar infecções, este não deve ser usado indiscriminadamente sobre a pele. Pois, pode causar ressecamento do tecido e levar a problemas dermatológicos.

Dessa forma, podemos fazer bom uso deste produto com uma excelente versatilidade na vida diária. Embora devamos sempre atentar as especificações de uso para cada fim que necessitamos. Assim, além de oferecer uma melhor qualidade de vida, o uso correto do álcool, sobretudo à 70%, poderá salvar ou causar danos à vida.


Postado por: Viva e Salve Vidas!


domingo, 24 de junho de 2018

O QUE NOS FAZ GOSTAR DE SEXO?



168
No reino animal em sua maioria o ato da relação sexual é praticado meramente com intuito de reprodução para perpetuação da espécie. No entanto, a relação sexual humana é praticada com um teor com maior complexidade.
Pois em muitos casos, a busca por obter-se prazer. Embora o ser humano tenha várias características sociais na questão de sua satisfação sexual, o Homo sapiens não é o único que faz sexo por regozijo: alguns chimpanzés e golfinhos também têm o mesmo comportamento.A mente é a resposta do porquê gostamos tanto de sexo. Isso, fica claro que não é apenas ligado aos órgãos sexuais quando passamos a considerar algumas informações relacionadas as funções fisiológicas.
Nesta questão, entendemos que somos estimulados o tempo todo não por nossos órgãos genitais e sim pelo comando vindo do nosso cérebro. Isso é notável pois chegamos a pensar em sexo mais de 200 vezes por dia!A mesma relação de estímulo que sofremos em relação a comida. Pois mesmo sem estar com fome só o fato de vermos ou sentir o cheiro saboroso de um determinado alimento já somos estimulados a deseja-lo.
Também temos um similar exemplo com a compulsão por comprar, beber, usar drogas e até praticarmos alguma atividade que nos oferece prazer. Tudo isso estar relacionado com os impulsos advindos do nosso comando geral, o cérebro. A satisfação é causada pela liberação de hormônios como a endorfina, peptídeo de um grupo de proteínas de grande poder analgésico que estão presentes em estado natural no cérebro. Além de também liberarmos a Serotonina a substância do bem-estar e da felicidade este neurotransmissor está ainda ligado à melhora do sono, à perda de peso e ao controle da ansiedade.
De forma geral, o prazer que sentimos por fazer sexo é um estímulo do nosso cérebro que nos estimula a liberar substâncias que nos darão maior prazer e satisfação. Desta forma, poderemos ter uma resposta do corpo na nossa rotina diária. O que nos possibilitará ter uma vida mais prazerosa, bem-estar e produtiva. Claro que é importante que seja feito com responsabilidade e respeito, além de proteção e total entrega de livre vontade.

postado por: Viva e salve vidas!

segunda-feira, 11 de junho de 2018

Hiperidrose


O suor é fundamental para o controle da temperatura interna do organismo. Quando ela sobe, os centros cerebrais responsáveis pelo equilíbrio térmico detectam esse aumento, fazem a pessoa suar e a evaporação da água que se formou na pele alivia a sensação de calor.
O controle da sudorese é involuntário e determinado pelo sistema nervoso autônomo, aquele responsável pelas batidas do coração, pelo ritmo respiratório e por outras funções que exercemos sem nos dar conta de que estão sendo realizadas.
Algumas pessoas, no entanto, manifestam uma sudorese excessiva (ou hiperidrose) que interfere em seu convívio social. Por causa das mãos sempre molhadas (imagem1), cumprimentar alguém ou fazer um carinho na namorada podem provocar sensação desagradável tanto em quem faz quanto em quem recebe o gesto de afeto ou cordialidade.
Outras vezes, o problema se manifesta nas axilas (imagem 2) e não há elegância que resista à roupa com marcas de suor debaixo dos braços. A hiperidrose pode ocorrer também com frequência nos pés (imagem 3) e no rosto. Neste último caso, diante de mínimo estresse social, a pessoa fica ruborizada e sua muito, o que pode ser fonte de inúmeros constrangimentos.
PRINCIPAIS QUEIXAS
Drauzio – Quais são as principais apresentações da sudorese excessiva?

José Ribas Milanez –  A principal queixa das pessoas que procuram o médico é o suor excessivo nas mãos e nos pés. A segunda é a sudorese exagerada na região axilar que se manifesta principalmente na fase ativa da vida de homens e mulheres e, em terceiro lugar, destaca-se a sudorese excessiva no rosto (imagem 4), sintoma que se desenvolve, na maior parte das vezes, na idade adulta, ao redor dos 30, 40 ou 50 anos. Esse tipo de sudorese interfere, por exemplo, nas atividades profissionais e na vida social de pessoas como executivos, advogados, juízes ou de candidatos a um emprego.
Drauzio Existe relação nítida entre o episódio da sudorese excessiva e o estresse? A pessoa quando está calma sua menos?
José Ribas Milanez –  Há uma nítida correlação entre estresse e desencadeamento das crises nos grupos que apresentam sudorese excessiva no rosto e nas axilas (imagem 5). No grupo palmar-plantar, em que também pesam os fatores estressantes, às vezes, mesmo estando calmas e tranquilas, as pessoas podem suar muito. Esse é o grupo que mais sofre.
IMPACTO PSICOLÓGICO DA HIPERIDROSE
Drauzio – Qual o impacto psicológico desse tipo de problema na vida das pessoas?
José Ribas Milanez – Muitas vezes, não nos damos conta do impacto psicológico, social e de seu reflexo na forma de viver dos pacientes que esse tipo de problema provoca. Já recebemos crianças que não conseguiam ser alfabetizadas. O estresse que representava ir à escola, enfrentar colegas e professora era tão grande que impedia o processo de aprendizagem. Adolescentes com hiperidrose não estabelecem relacionamentos, não namoram e evitam aproximar-se de outras pessoas.
Os sintomas
não desaparecem com a idade. Já tivemos a oportunidade de atender um adulto com 47/48 anos que nunca tinha experimentado um relacionamento social que não fosse pago. Pagar as pessoas com as quais saía diminuía seu nível de estresse e ele suava menos. Também tratamos de um executivo que mandou construir uma mesa com três metros e meio de largura a fim de dificultar a aproximação de quem entrasse em sua sala para não ter que lhes apertar as mãos.
Como se pode imaginar, a sudorese excessiva pode interferir até na escolha profissional. Apesar da vocação, de que adianta formar-se engenheiro ou arquiteto se as mãos sempre molhadas comprometem a capacidade de desenhar?
Drauzio – Por que a sudorese excessiva ocorre especialmente nessas regiões do corpo?
José Ribas Milanez – Cabeça, mãos, axilas, virilhas e pés (imagem 6) são as regiões do organismo onde mais existem glândulas sudoríporas. O suor produzido especialmente nesses locais ajuda a regular a temperatura do corpo. Todas as vezes que somos submetidos a estímulos estressantes, o sistema nervoso manda impulsos para uma dessas regiões e a sudorese se manifesta.
CARACTERÍSTICAS GENÉTICAS E GRUPOS DE RISCO
DrauzioSão conhecidas as causas da hiperidrose?
José Ribas Milanez – Como existem pessoas que, quando estressadas, têm dor de estômago, dor de cabeça, hipertensão e algumas chegam a enfartar e até a morrer, há um grupo que em resposta ao estresse sua muito. Em mais da metade dessespacientes (56%), foi encontrado um parente de primeiro grau (pai, mãe, filho, irmão) ou de segundo grau com o mesmo tipo de resposta ao estresse. A hiperidrose, portanto, tem características genéticas que se manifestam em determinadas famílias.
Drauzio – É possível identificar um grupo de risco mais vulnerável à hiperidrose?
José Ribas Milanez – “Descoberta” recente da literatura e nossa experiência pessoal indicam que quanto maior o índice de massa corpórea, piores são os sintomas. Os gordinhos suam mais. Também foi notado que, em mais de 50% dos casos, a hiperidrose está relacionada com o diabetes. Pessoas com sudorese excessiva são diabéticas ou têm parentes diabéticos. Portanto, fazem parte do grupo de risco o gordinho, os diabéticos e aqueles que têm outros casos de sudorese abundante na família.
Drauzio – Quais são as explicações para esses quadros?

José Ribas Milanez – Herança genética é a explicação que se conhece por enquanto. Algumas famílias apresentam essa característica de suar além do necessário para manter a temperatura do corpo. Isso não significa que avô, pai e filho manifestem o problema na mesma intensidade. Às vezes, os sintomas são moderados no avô, intensos no filho e podem ou não aparecer no neto.
Drauzio – Existe algum procedimento que ajude a reduzir a sudorese nas pessoas com tendência à hiperidrose?
José Ribas Milanez – É muito difícil conseguir controlar a sudorese excessiva. As pessoas acabam aprendendo que reduzir o nível de ansiedade talvez acalme os sintomas e diminua a intensidade do suor, mas que é quase impossível controlar a manifestação do problema. Faço sempre uma brincadeira com minhas pacientes adolescentes. Pergunto-lhes: “E se você tivesse que cumprimentar o Brad Pitt na porta do cinema?” Todas parece derreterem de tanto que suam só em pensar nessa possibilidade. É fácil falar – “Mantenha a calma se tiver que cumprimentar seu ídolo, conseguir trabalho, atingir determinada meta”; difícil conseguir fazê-lo.
FAIXA ETÁRIA DAS PRIMEIRAS MANIFESTAÇÕES
Drauzio – Quando costuma aparecer esse problema? É de nascença, começa na infância ou pode ocorrer mais tardiamente na adolescência?
José Ribas Milanez – Nossa observação e a literatura, que é pobre no assunto, sugerem que o grupo das mãos e dos pés já nasce com o problema. As mães notam que os pezinhos e as mãozinhas dos bebês são caracteristicamente mais úmidos e mais frios. Os adolescentes pertencem ao grupo axilar. São os jovens que, saindo de casa para enfrentar os apelos da vida, percebem que a sudorese excessiva compromete os relacionamentos e a possibilidade de namorar ou de arranjar emprego. O grupo craniofacial é constituído por executivos, por pessoas que trabalham engravatadas e de terno e por senhoras nas quais a sudorese excessiva manifesta-se mais tardiamente.
Drauzio A incidência de hiperidrose é igual nos dois sexos?
José Ribas Milanez – As mulheres são discretamente mais afetadas do que os homens: 60% dos casos ocorrem com mulheres e 40%, com homens. A esse respeito, porém, existe um dado interessante. Trabalhos realizados na Arábia Saudita indicam outra realidade: a cada 70 homens correspondem apenas 10 mulheres com hiperidrose. Talvez essa constatação denote simplesmente a fisionomia de uma sociedade em que os homens têm acesso a tudo e as mulheres, a nada.
PROPRIEDADE DA INDICAÇÃO CIRÚRGICA
Drauzio – Quem sofre maior impacto psicológico negativo, os homens ou as mulheres?
José Ribas Milanez – O impacto psicológico negativo é idêntico nos dois sexos. Tanto a vida dos homens quanto a das mulheres torna-se extremamente limitada pela sudorese excessiva. Por isso, dentro do campo da cirurgia torácica, esse é um tratamento que traz satisfação pessoal imediata. O paciente que entra no consultório procurando ajuda não é o mesmo que aparece no primeiro retorno após a cirurgia. Seu sorriso mudou, sua vida mudou.
Drauzio O que acontece com ele?
José Ribas Milanez – Ele se descobre para a vida. Estamos desenvolvendo uma tese sobre a qualidade de vida desses pacientes. Só para ter uma ideia, antes da cirurgia, 100% deles declaram que sua qualidade de vida é ruim ou muito ruim. Nenhum a classifica como boa ou mesmo como regular. Trinta dias depois da cirurgia, quando retornam para consulta, 86,5% caracterizam a qualidade de vida como melhor ou muito melhor. Apenas 4% apresentam algum tipo de queixa ou sudorese compensatória em outras regiões do corpo que possam comprometer o resultado do tratamento.
Drauzio – Certa vez vi num programa de televisão um rapaz apresentado como paranormal de cujas mãos pingava muita água. Provavelmente se tratava de um caso de hiperidrose e não de paranormalidade, não é?
José Ribas Milanez – Provavelmente se tratava de um fenômeno absolutamente fisiológico, interpretado como paranormal por aqueles que não o compreendem convenientemente. Certas pessoas, quando chegam ao consultório, me perguntam – “O senhor quer ver uma piscina?” – e deixam pingar o suor que escorre de suas mãos. O mesmo acontece com algumas crianças que, nervosas por estarem diante de um médico desconhecido, deixam um rastro de suor no chão por onde passam.
CASOS MAIS GRAVES
Drauzio – Qual foi o caso mais grave que você já atendeu?
José Ribas Milanez – Sob o ponto de vista psicológico, considero três casos como os mais significativos. O primeiro é o caso da criança de sete anos que não conseguia ser alfabetizada e que, por ignorância dos pais, era espancada por eles. Seus cadernos ficavam molhados pelo suor excessivo que brotava em suas mãos. Os professores de uma escola do interior não entendiam o problema e relatavam o fato aos pais que batiam no filho porque achavam que ele fazia aquilo de propósito.
O segundo foi o de um senhor de 48 anos que nunca conseguiu estabelecer um relacionamento que não fosse pago. Ele passou mais da metade de sua vida útil sem ter experimentado um momento de tranquilidade.
Outro caso que me chamou a atenção envolvia quatro pessoas da mesma família, todas com hiperidrose, que viviam como párias sociais. O pai se encarregava do sustento das filhas que permaneciam trancadas dentro de casa sem nenhum relacionamento fora do lar.
Drauzio – Nos casos de hiperidrose, o que mais atrapalha o relacionamento social é o das mãos?
José Ribas Milanez – Sem dúvida nenhuma, a hiperidrose das mãos choca muito e atrapalha qualquer tipo de contato. Imagine uma pessoa que tivesse de trabalhar segurando um microfone. Os choques provocados pelo suor de suas mãos impediriam que ela desempenhasse essa atividade profissional.
DIAGNÓSTICO DA HIPERIGROSE PATOLÓGICA
Drauzio – Como se estabelece a diferença entre pessoas com hiperidrose patológica e as que apenas suam muito e com facilidade?
José Ribas Milanez – Para ter uma ideia mais precisa, vou citar alguns números. No estudo que estamos realizando, entrevistamos aproximadamente 2.500 pacientes com esse tipo de queixa. Desses 2.500, foram selecionados 600 para tratamento cirúrgico. Os outros 1.900 têm queixas como suor excessivo em outras partes do corpo provocado por alterações hormonais, obesidade, alto grau de ansiedade ou, ainda, por outras patologias associadas, mas não são casos tão graves. Várias dessas pessoas, desde que bem orientadas, acabam não precisando de tratamento cirúrgico.
Nem todo o mundo que apresenta sintomas parecidos com os da hiperidrose precisa ser operado. Se fizermos as contas, apenas entre 30% e 35% das pessoas entrevistadas são encaminhadas para a cirurgia.
TRATAMENTOS NÃO CIRÚRGICOS
Drauzio – Vamos começar falando dos tratamentos não cirúrgicos?
José Ribas Milanez – São vários os tratamentos não cirúrgicos. Existem medicamentos para serem tomados por via oral que podem diminuir o grau de sudorese, substâncias adstringentes para serem passadas nas axilas e nas mãos e existem injeções de botox, procedimento muito em moda atualmente nos tratamentos estéticos, que ajudam a controlar a sudorese.
Drauzio – Qual o mecanismo de ação do botox no tratamento da hiperidrose das mãos?
José Ribas Milanez – O botox bloqueia a transmissão nervosa das glândulas sudoríporas e requer de 35 a 40 aplicações em cada mão para produzir o efeito desejado nos casos de hiperidrose.
Drauzio – Isso não interfere na movimentação das mãos?
José Ribas Milanez – Dependendo do número de tratamentos, em alguns casos, o botox pode interferir discretamente com a movimentação fina. Pianistas ou tocadores de violão podem ressentir-se um pouco desse efeito colateral.
Todas as injeções são aplicadas na palma da mão em uma única sessão e o efeito dura de quatro a seis meses. Nossa experiência indica que os pacientes suportam até quatro tratamentos, mas são muito resistentes a submeter-se à quinta aplicação. Artistas com sudorese excessiva axilar procuram esse tipo de tratamento quando estão gravando uma novela, participando de um show importante ou fazendo uma turnê. Em geral, a partir da quarta sessão, porém, procuram solução mais definitiva.
Drauzio – Fiquei impressionado com o número de picadas dessas injeções. Tudo é feito de uma só vez, numa única sessão?
José Ribas Milanez – Tudo é feito de uma única vez. É bom salientar que a medicação indicada para controlar a sudorese excessiva exige uma dose bastante próxima da dosagem tóxica. Resultado: o paciente acaba se expondo aos malefícios dessas drogas com pouco benefício no que se refere ao suor. Por isso, recomenda-se o tratamento cirúrgico, quando os sintomas são intensos e interferem socialmente na vida do paciente.
DESCRIÇÃO DO PROCEDIMENTO CIRÚRGICO
Drauzio – Como é realizada a cirurgia?
José Ribas Milanez – Antigamente, ela era realizada através de duas incisões na região cervical.
 
A cicatriz era grande e a cirurgia demorava muito tempo. Hoje, é feita por videocirurgia através de duas incisões de apenas meio centímetro: uma abaixo da mama das mulheres ou do mamilo dos homens e outra na axila que servem para introduzir a câmara de televisão e o bisturi elétrico ou ultrassônico (imagem 8).
Drauzio – E vocês operam como se estivessem brincando de videogame, olhando para a tela e não para o paciente?
José Ribas Milanez – O médico opera olhando dentro do tórax do paciente pela televisão. Na verdade, ele enxerga com mais precisão, porque a imagem captada pela câmera é nítida, colorida e 20 vezes maior do que as estruturas naturais. Assim, uma estrutura de 0,5 cm aparece na tela como se tivesse 10 cm. Essa precisão com que se identificam as estruturas, o aumento e a nitidez da imagem dão maior segurança para o cirurgião.
Drauzio – Qual é a estrutura que vocês pretendem tratar durante a cirurgia?
José Ribas Milanez – Ao lado da coluna torácica, existe uma estrutura chamada cadeia simpática constituída por pequenos gânglios de 0,5 cm. Cada região do corpo tem uma correspondência bem precisa na cadeia simpática. Os gânglios seguem as costelas do tórax: gânglio número 1 localiza-se na costela 1; o número 2, na costela 2 e assim sucessivamente. Queixas de hiperidrose nas mãos têm relação com o gânglio número 2; nas axilas com os gânglios números 3 e 4. O tratamento consiste, então, em eliminar o gânglio que corresponde ao sintoma do paciente. Como se costuma dizer, elimina-se o interruptor da sudorese.
Drauzio – E no final, como fica a cicatriz?
José Ribas Milanez –A  cicatriz é mínima. Resume-se a dois pontinhos: um na axila e o outro na altura da marquinha do sutiã e do biquíni (imagem 9). Hoje, costuma-se dar apenas um ponto intradérmico e, trinta dias depois da cirurgia, o sinal é quase imperceptível. Essas novas técnicas cirúrgicas tornaram o tratamento da hiperidrose mais fácil.
RESULTADOS PÓS-CIRÚRGICOS
Drauzio – Qual é a evolução desses casos?
José Ribas Milanez – Quando o paciente acorda depois da cirurgia, já não sua mais nas mãos, nas axilas e a sudorese dos pés está reduzida em 70%. Na verdade, a coisa mais gratificante nesse tipo de tratamento é ver o paciente acordar. Ele olha as mãos, coloca-as no rosto para sentir que estão secas e quentes e percebe feliz que seu problema desapareceu.
Drauzio – Quanto tempo depois da cirurgia ele recebe alta?
José Ribas Milanez – Geralmente, ele é internado de manhã, operado na hora do almoço e à tardinha ou na manhã seguinte pode voltar para casa. No Hospital das Clínicas e no Albert Einstein, eles pernoitam no hospital e fazem uma radiografia de controle no dia seguinte. Depois disso, podem ir embora.
Drauzio – A sudorese que deixa de ter nas mãos ou nas axilas não vai ser compensada por sudorese em outros pontos do organismo?
José Ribas Milanez – Essas pessoas suam demais por excesso do tono simpático. Só que o tono simpático precipitado por esse estresse não passa para outro local. O que passa é o que a mão ou a axila representava no controle da temperatura do organismo.
Dessa forma, em 100 pessoas operadas, 60 vão suar um pouco mais na barriga e nas costas, quando estiverem em ambientes muito quentes, fazendo exercícios, ou na praia, debaixo do sol, por exemplo. Como as mãos e as axilas desses pacientes deixaram de participar na regulação da temperatura, a sudorese aumentará um pouco em outros locais do corpo. No entanto, apenas quatro delas nesse grupo de cem reclamam de tal sintoma e acham que não valeu a pena tal substituição. As outras 96 não emitem qualquer sinal de que se incomodam com isso. Essa reação acontece especialmente com os indivíduos mais gordinhos, quando o índice de massa corpórea é superior a 25. Nos mais magros, ela é praticamente igual a zero.
Entrevista realizada por Dr. Dráuzio Varella.Hiperidrose

quinta-feira, 31 de maio de 2018

O ser humano e sua relação com o meio: Harmônica ou Desarmônica?




Na ordem de classificação biológica, temos Bactérias, Protistas, Fungos, Plantas e o Homem, além dos Vírus. Todos estes surgiram segundo a teoria da Evolução e se relacionam com o meio, segundo os estudos da ecologia. O que, no geral, é bem fácil de entender e até justificar. Pois, ainda segundo a ecologia, que explica as relações entre estes organismos vivos, todos eles mantem relações que podem ser harmônicas ou desarmônicas de acordo com três importantes necessidades básicas comum: abrigo, alimento e perpetuação da espécie.

Esta forma de cada um dos reinos se relacionar com o meio está bem ligada com as necessidades de garantir sua sobrevivência. E, assim, poder manter seus descendentes em seu contínuo processo de evolução. Isso fica bem claro quando observamos a forma que cada um destes organismos realiza estas atividades em muitas vezes de maneira irracional.

Isto fica vidente quando um reino como o Monera, bactérias, realiza processos metabólicos em meio Aeróbio ou Anaeróbio, afim de garantir que seus descendentes possam tirar os recursos para que estas se alimentem, multipliquem e continuem sua existência. Mesmo com situações que nem sempre são favoráveis, elas se aproveitam de tudo que o ambiente pode lhes oferecer e, em muitos casos, isso lhes possibilita perdurarem sua existência sobre a condição de hora fazer bem ou mal. Vale a pena mencionar que isso ocorre de forma irracional por mero instinto natural de sobrevivência.

Já em relação ao reino Protista, protozoários, seguem uma linha semelhante às bactérias em sua jornada. Os seus representantes também usam recursos do meio: água, terra, ou outros organismos vivos, como trampolim para o seu objetivo, que é garantir as três necessidades básicas comum a todos os seres vivos. Estes também encontram o paradoxo de fazer o bem ou o mal.

Assim como os reinos que o precede, o Reino Fungi, fungos, mantém as características de enveredar por um caminho bem definido de se manter em existência. Usando dos meios que o planeta lhes possibilita, estes também buscam assegurar, tanto a si como aos seus descendentes, todos os recursos que possam ser usados para que estes se perpetuem. Ainda podemos mencionar, que embora possam trazer benefícios ou malefícios, estes o fazem inconscientemente.

Nessa mesma ideia, o penúltimo reino Plantae, vegetal, que dispõe de uma vasta variedade de representantes, e que é considerado um dos mais importantes para a vida humana, também têm seus meios para lhes garantir existência. Isso, por se fazer valer de adaptações que vão desde folhas adaptadas a espinhos, perfumes, venenos e raízes profundas. Todas estas ferramentas têm o objetivo de assegurar que seus descendentes permanecerão mesmo diante das adversidades que possam encontrar.

Ainda podemos citar os Vírus, seres considerados acelular, pois estes não dispõem de material genético próprio. E, por isso, só se reproduzem ao parasitar células. Em relação a estes, normalmente são vistos como causadores de problemas. Assim, são muito estudados e temidos devido sua capacidade de parasitar qualquer organismo vivo. Esta característica lhes rende a posição de maior vilão entre todos os organismos da terra. Vale a pena mencionar, que apesar de os Vírus serem organismos com um alto grau de capacidade de gerar problemas, eles seguem também o tão sonhado objetivo primário de todos os outros quatro reinos mencionados: a busca por abrigo, alimento e perpetuação da espécie.

No entanto, quando tratamos do Reino Animalia, animais, que diferentes de todos os cincos grupos citados, por ser o único provido de uma capacidade que o diferencia dos demais, a de fazer planos. Isso, embora o qualifique como o reino mais evoluído de todos, também levanta outras questões que fogem da razão.

Até agora todos os seres supramencionados se valiam de sua intuição natural afim de adquirir suas necessidades. Mas, o Reino que possui o tão evoluído Homo sapiens, que se vale da capacidade de raciocínio, põe em cheque todo o seu diferencial em relação aos outros reinos. Este fato fica claro e podemos lançar luz sobre ele, ao considerar que um grupo, tido como o mais destacado e que em muitos casos subjuga os outros organismos ao seu bel prazer, seja tão limitado ao mero egoísmo.

Esta característica vai além das citadas necessidades biológicas: comer, ter abrigo e perpetuar a espécie. Pois, enquanto todos os seres vivos da terra estão limitados a estas carências, o organismo humano, contrariando a natureza e se valendo de sua diferencial capacidade de fazer planos, o faz de forma exacerbada. Vale a pena ressaltar que isso deveria ser visto como uma dádiva. No entanto, devido ao uso equivocado desta capacidade, acaba se tornando uma maldição.

Por isso, de todos os seres bióticos do nosso planeta, o homem é o único, que se valendo de poder fazer planos, o faz de forma quase sempre contrária ao que lhe deveria ser esperado. Destas características, podemos citar que o homem deveria realizar com o meio, tanto biótico quanto abiótico, uma relação ecológica tanto intraespecífica quanto interespecífica harmônica.

Mas, o que se vê foge de tudo que era esperado para este tão importante grupo de seres vivos e o meio circundante. É notável isso ao observar a relação com os outros reinos, Monera, Protista, Fungi e Animal. Embora, não seja o esperado, acaba sendo tolerado. Isso pois, estas relações nem sempre podem ser harmônicas. No entanto, quando se trata de seres de mesma espécie, que deveriam viver em sociedade, como é o caso do ser humano, não é de se esperar que as relações despertem o pior desta espécie.

Infelizmente, isso é o que se vê quase sempre das mais variadas formas. Estas podem ocorrer desde uma simples discussão de casal e podem ir até aos tribunais. Mas, ainda não chegamos ao fundo do poço desta relação. O ser humano acaba por enveredar disputas que vão além. Ou seja, não fica apenas em disputas por direitos ou necessidades materiais fisiológicas. E, como se todos os litígios não fossem suficientes, estes não se limitam e buscam cada vez mais. O que em muitos casos acaba por tentar fazer de tudo para causar problemas ao seu semelhante afim de lhe tomar algo que este possa ter e que o mesmo ache que deveria ser seu.

Baseado nessa pequena reflexão, podemos considerar, que de todos os seres vivos do nosso planeta, o homem é o mais perigoso. Talvez alguém possa discordar, mas quando fazemos uma avaliação na forma de se relacionar do homem com o meio, seja ele biótico ou não, o que vemos é só destruição e egoísmo. Quando na verdade, a relação esperada seguindo o natural de todos os seres vivos seria viver em harmonia. Se não como todos os organismos da terra, pelo menos com os seus iguais.

quarta-feira, 23 de março de 2016

Classificação da Hipertensão Arterial Pulmonar (HAP)

Resultado de imagem para HIPERTENSÃO ARTERIAL PULMONAR

A Hipertensão Arterial Pulmonar (HAP) representa o Grupo 1 do sistema de classificação clínico da Hipertensão Pulmonar (HP) da OMS (revisão 2003, Veneza) e é um de cinco grupos. Os grupos são divididos de acordo com a etiologia.

Grupo I.
Hipertensão arterial pulmonar (HAP)

·         Idiopática (HAPI)
·         Familiar (HAPF)
·         Associada a (HAPA):
o    Doenças do tecido conjuntivo
o    Shunts congénitos sistémicos-pulmonares
o    Hipertensão portal
o    Infecção pelo VIH
o    Fármacos e toxinas
o    Outras (doenças da tiroide, doenças de depósito de glicogénio, doença de Gaucher, telangiectasia hemorrágica hereditária, hemoglobinopatias, doenças mieloproliferativas, esplenectomia)
·         Associada a envolvimento capilar ou venoso significativo
o    Doença veno-oclusiva pulmonar (DVOP)
o    Hemoangiomatose capilar pulmonar (HCP)
·         Hipertensão pulmonar resistente no recém-nascido (HPRR)
Grupo II.
Hipertensão pulmonar associada a doenças do coração esquerdo
Grupo III.
Hipertensão pulmonar associada a doenças respiratórias e/ou hipoxemia (incluindo doença pulmonar obstrutiva crónica)
Grupo IV.
Hipertensão pulmonar devida a doença crónica trombótica e/ou embólica
Grupo V.
Grupo miscelânio

·         ex. sarcoidose, histiocitose X e linfangiomatose

A Hipertensão Arterial Pulmonar (HAP) idiopática (HAPI), que, por definição não tem uma causa subjacente identificável, é um dos tipos mais frequentes de Hipertensão Arterial Pulmonar (HAP). A HAP familiar (HAPF) representa, pelo menos, 6 % dos casos de HAPI e, na maioria dos casos de HAPF, foram identificadas mutações no receptor 2 de proteínas morfogenéticas do osso (BMPR2).

A Hipertensão Arterial Pulmonar (HAP) também pode ser associada a diversas condições (Hipertensão Arterial Pulmonar Associada – HAPA), que, todas juntas representam a maioria dos outros casos de Hipertensão Arterial pulmonar (HAP). Estas condições incluem:


1.
Doenças do Tecido Conjuntivo

·                     Incluindo esclerose sistémica (esclerodermia) e lúpus eritematoso sistémico (LES)
2.
Doença Cardíaca Congénita

·         Incluindo síndroma de Eisenmenger
3.
Infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (VIH)
4.
Anemia das células falciformes

A Hipertensão Arterial Pulmonar (HAP) é também um efeito indesejável raro de alguns agentes anorexígenos, tais como a fenfluramina e a dexfenfluramina. No entanto, a incidência de Hipertensão Arterial Pulmonar (HAP) induzida por fármacos está a diminuir uma vez que estes agentes já não estão disponíveis.

1. Hipertensão Arterial Pulmonar (HAP) associada a doença do tecido conjuntivo

A Hipertensão Arterial Pulmonar (HAP) é uma complicação já bem conhecida de doenças do tecido conjuntivo tais como esclerose sistémica e LES e nos doentes afetados pode também ocorrer em associação com doença pulmonar intersticial. A prevalência da Hipertensão Arterial Pulmonar (HAP) em doentes com doença do tecido conjuntivo foi relatada como sendo de até 38%, e nos doentes com esclerose sistémica as complicações pulmonares, tais como doença pulmonar intersticial e a Hipertensão Arterial Pulmonar (HAP), são agora as causas principais de morte. Os doentes com Hipertensão Arterial Pulmonar (HAP) associada à esclerose sistémica têm um prognóstico particularmente mau em comparação com os doentes com esclerose sistémica sem Hipertensão Arterial Pulmonar (HAP).

2. Hipertensão Arterial Pulmonar (HAP) associada a doença cardíaca congénita

A doença cardíaca congénita é relativamente frequente, afetando cerca de 1 % da população. Desta população 10% irão desenvolver Hipertensão Arterial Pulmonar (HAP). A forma mais grave de Hipertensão Arterial pulmonar (HAP), tal como determinado pelo nível de resistência vascular pulmonar, é a síndroma de Eisenmenger, que está associada com a reversão de um shunt esquerda-direita inicial causando cianose e capacidade de exercício limitada.

3. Hipertensão Arterial Pulmonar (HAP) associada a infecção pelo HIV

A Hipertensão Arterial Pulmonar (HAP) é uma complicação rara da infecção pelo HIV (prevalência estimada em doentes com HIV: 0,5%) mas relativamente bem documentada. Com a terapia antirretroviral altamente ativa (HAART) e o aumento acentuado da sobrevivência, a importância da Hipertensão Arterial Pulmonar (HAP) e de outras manifestações não infecciosas da infecção pelo HIV como responsáveis pela morbilidade e mau prognóstico associado ao HIV está a aumentar. Nos doentes com HIV, a glicoproteína GP120 envelope do HIV-1 pode estimular a produção de endotelina pelos macrófagos. A Hipertensão Arterial Pulmonar (HAP) associada ao HIV é semelhante à HAPI e parece ser independente do grau de imunossupressão.

4. Hipertensão Arterial Pulmonar (HAP) associada à anemia das células falciformes


A prevalência da Hipertensão Arterial Pulmonar (HAP) em doentes com anemia das células falciformes é de 20%-40%.

Visualizado em: HAP

O que você precisa saber sobre a aids


O que é HIV

Causador da aids, HIV significa vírus da imunodeficiência humana. Recebe esse nome, pois destrói o sistema imunológico.

O que é aids
Aids é a Síndrome da Imunodeficiência Humana. A aids se caracteriza pelo enfraquecimento do sistema de defesa do corpo e pelo aparecimento das doenças oportunistas.

Como se pega o HIV?

• Fazendo sexo sem camisinha (oral, vaginal ou anal);
• Compartilhando agulhas e seringas contaminadas;
• Da mãe para o bebê durante a gravidez, na hora do parto e/ou amamentação.

É possível viver bem com a aids

Atualmente, existem os medicamentos antirretrovirais - coquetéis antiaids que aumentam a sobrevida dos soropositivos. É fundamental seguir todas as recomendações médicas e tomar o medicamento conforme a prescrição. É o que os médicos chamam de adesão, ou seja, aderir ao tratamento. Há, também, outras atitudes que oferecem qualidade de vida, como praticar exercícios e ter uma alimentação equilibrada. Quem tem HIV namora, beija na boca e transa, assim como todo mundo. Mas não se esqueça de usar camisinha sempre.


Como sei se tenho HIV?

Basta fazer um dos testes existentes para diagnosticar a doença. Eles são gratuitos e seu resultado é seguro e sigiloso. É realizado a partir da coleta de sangue. Se der negativo, a pessoa não foi infectada pelo vírus. Mas os pacientes que tiverem o resultado positivo devem fazer acompanhamento médico.

Como é o tratamento?
O tratamento inclui acompanhamento periódico com profissionais de saúde e a realização exames. A pessoa só vai começar a tomar os medicamentos antirretrovirais quando exames clínicos e de laboratório indicarem a necessidade. Esses remédios buscam manter o HIV sob controle o maior tempo possível. A medicação diminui a multiplicação do HIV no corpo, recupera as defesas do organismo e, consequentemente, aumenta a qualidade de vida do soropositivo. Para que o tratamento dê certo, o soropositivo não pode se esquecer de tomar os remédios ou abandoná-los. O vírus pode criar resistência e, com isso, as opções de medicamentos diminuem. A adesão ao tratamento é fundamental para a qualidade de vida.
Mesmo em tratamento, a pessoa com aids pode e deve levar uma vida normal, sem abandonar a sua vida afetiva e social. Ela deve trabalhar, namorar, beijar na boca, transar (com camisinha), passear, se divertir e fazer amigos. E, lembre-se, o tratamento está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) e é um direito de todos.


Que outros cuidados são necessários?

Usar camisinha em todas as relações sexuais evita a reinfecção por vírus já resistente aos medicamentos. E a reinfecção traz complicações sérias para a saúde. Além disso, a camisinha protege de outras doenças sexualmente transmissíveis (DST), como hepatite e sífilis. O soropositivo precisa ter uma alimentação equilibrada e praticar atividades físicas. Isso previne complicações futuras e melhora as defesas do organismo.


Onde buscar apoio?

Serviços de Saúde
Os Serviços de Atenção Especializada (SAE) são os locais mais indicados para obter as informações sobre HIVe aids, sua condição de saúde, o tratamento e os novos cuidados necessários. Encontre o SAE mais próximo de sua casa.
• Você tem o direito de tirar todas as dúvidas. Não volte para casa com preocupações.
• Sempre converse com um profissional, quando perceber alterações das suas condições de saúde.
• Procure não faltar às consultas. Se estiver tomando medicação, lembre de sempre tomá-la corretamente.
• Não tome medicamentos sem orientação, nem mesmo os mais comuns ou os remédios naturais.

Família e amigos

Busque apoio da sua família e dos amigos. Identifique aqueles em que você mais confia para conversar sobre sua nova condição. Não se isole.
Grupos de apoio
Procure conversar e trocar informações com outras pessoas que vivem e convivem com HIV e aids. É uma boa forma de aprender com as experiências dos outros e, principalmente, de fazer novos amigos.

Direitos do soropositivo

Atendimento, tratamento e medicamento gratuitos
O Sistema Único de Saúde garante o tratamento, o acesso aos medicamentos e a realização dos exames médicos necessários ao diagnóstico a todos os residentes no Brasil.
Sigilo sobre a sua condição sorológica
Em respeito à intimidade e à privacidade, nenhuma pessoa pode divulgar quem tem HIV/aids sem prévia autorização, mesmo os profissionais de saúde.
Queda da obrigatoriedade do exame de aids no teste admissional
As empresas não podem mais obrigar um profissional a fazer o teste de detecção de aids ao começar em um novo emprego.
Permanecer no trabalho
Nenhum empregador pode demitir o empregado apenas por ter HIV. A demissão por discriminação pode gerar ação trabalhista para que o trabalhador seja reintegrado. Se, além disso, a demissão for constrangedora, o trabalhador pode requerer indenização por danos morais.
Valores do PIS/PASEP e FGTS
O soropositivo tem o direito de efetuar o levantamento do FGTS e do PIS/PASEP, independentemente de rescisão contratual ou de comunicação à empresa.
Benefício de prestação continuada
Toda pessoa com aids que esteja incapacitada para o trabalho e com renda familiar inferior a 1/4 do salário mínimo tem direito ao Benefício de Prestação Continuada (BPC), pago pelo Governo Federal.
Isenção do pagamento de IR
Portadores de doenças crônicas, inclusive a aids, têm direito à isenção do pagamento de imposto de renda, quando receber proventos de aposentadoria, reforma por acidente em serviço e pensão.

Ninguém deve sofrer discriminação por viver com HIV/aids
Caso isso aconteça, recomenda-se ir à delegacia de polícia e fazer um boletim de ocorrência ou ir à defensoria pública ou outro órgão de proteção de direitos, como a OAB, por exemplo.

Visualizado em: Brasil

quinta-feira, 4 de junho de 2015

Bebida alcoólica corta o efeito dos analgésicos? Veja mitos e verdades

 
 
Tomar analgésico e beber mais tarde corta o efeito do remédio. MITO: O álcool não interfere na ação dos analgésicos. O que ocorre é que, por ter um efeito diurético, o álcool faz o organismo excretar mais rapidamente os medicamentos. O efeito parece reduzido porque o organismo já eliminou o medicamento. "O uso de bebida alcoólica intervém no processamento hepático, o que pode acelerar o metabolismo dos analgésicos e assim interferir diretamente no tempo de duração desses fármacos. Porém não se pode dizer que corta o efeito", explica o médico anestesiologista Erick Curi.
 
Tratar dores de cabeça e musculares com analgésicos é uma prática comum, uma vez que para adquirir os do tipo não narcótico (dipirona, paracetamol e ácido acetilsalicílico) não é preciso ter receita, mas os médicos alertam para os perigos da ingestão descontrolada destes medicamentos, que pode causar doenças e até matar.
 
Segundo especialistas ouvidos pelo UOL, tomar analgésicos constantemente pode causar lesões no fígado e nos rins, além do risco de provocar gastrite, úlcera ou mesmo uma hepatite medicamentosa. "Todo mundo generaliza que grávidas podem tomar paracetamol à vontade. Mas nenhuma pessoa de qualquer idade deve usar analgésicos de forma regular", diz o neurologista Abouch Krymchantowski, diretor do Centro de Avaliação e Tratamento da Dor de Cabeça do Rio de Janeiro.
 
Algumas pessoas acreditam que as bebidas alcoólicas cortam o efeito dos medicamentos, no entanto o álcool não interfere na ação dos remédios. O que ocorre é que, por ter um efeito diurético, o álcool faz o organismo excretar mais rapidamente os analgésicos, interferindo na duração da ação desses fármacos.
 
Outro mito sobre a combinação de bebidas alcoólicas e analgésicos é que a mistura causaria um efeito semelhante ao uso de entorpecentes. "O álcool tem uma potente ação sobre o nosso sistema nervoso. A ingestão de bebidas alcoólicas altera a percepção do indivíduo a vários estímulos, entre eles o estímulo doloroso. Assim, ocorre uma falsa impressão de potencialização do efeito dos analgésicos", afirma o médico anestesiologista Erick Curi, diretor administrativo da Sociedade Brasileira de Anestesiologia.
 
A cafeína, um estimulante do sistema nervoso, está presente em diversos analgésicos por contribuir para a melhora das dores de cabeça, mas a ingestão dos medicamentos não é recomendada com uma xícara de café. "O excesso de cafeína no organismo pode provocar taquicardia e até uma piora da dor", afirma a neurologista Carla Jevoux, membro da Sociedade Brasileira de Cefaleia.
 
Segundo a neurologista, o uso de analgésicos para tratar dores de cabeça constantes pode torná-las ainda piores. A médica explica que o aumento dessas substâncias faz com que o corpo fique mais vulnerável aos estímulos que provocam dores, como o abuso de luminosidade ou a falta de sono. Como resultado, o paciente pode adquirir uma doença chamada "cefaleia por excesso de medicação", diz a médica.
Por: Bia Souza.

O EFEITO DO ÁLCOOL NA ANTISSEPSIA

O álcool para ter seu potencial melhor aproveitado na antissepsia precisa ter exatamente 30% de água e o álcool comum possui cerca...